domingo, dezembro 17, 2006

Onde moro e existo

Na foz do rio, onde quebradas ondas desfazem-se.
No vão suado dos olhos, onde ondas se formam.
Na estreita faixa, onde correntes de dores ressurgem,

É onde moro e existo.

Na reprimida fazenda, onde plantações surgem.
Nas intrincadas missas rezadas em alto e bom som.
Nos acontecimentos próprios dos enfezados,

É onde moro e existo.

Naquilo que corto, que agrido, que dizimo.
Na porteira onde o gado muge como alimento.
Na pequena floresta, onde árvores escondem o medo,

É onde moro e existo.

Profundos mares. Profundos sons.

(Escrito na primavera de 1990)

2 comentários:

Anônimo disse...

Muito bonito meu amigo.

Deu-me até vontade de retomar minha veia poética que tem andado escondida na gaveta.

Alexandra Caracol

Anônimo disse...

já não sei se te agradeci ou não a tua visita. porque reconheço que me atraso a comentar. mas o que me interessa é agradecer esta poesia. um grande beijinho para ti. alice