segunda-feira, dezembro 04, 2006

Certa noite, em 1973, próximo à linha do trem

A bicicleta avança, abrindo caminho pela noite estrelada de Andradina,
O homem ofegante volta da igreja, suado pelo esforço e pela bíblia.
Sob o mesmo céu, Órion planta-se no vasto quadro pontuado,
Epsilon Eridani continua invisivel
E Deus olha absorto a linha do trem, as pedras
Os casais amando-se na escuridão, sobre os trilhos,
Ameaçados de morte entre o gozo e o riso.
Capim verde em torno da linha, quase invisíveis na noite quente.
Um cão late, alguém bate o portão.
Andradina dorme, sob o som do Tênis Clube
Ricos bem vestidos entretidos em festas e banhos de piscina.
Sentado na calçada, penso no que ainda não vivi
A cidade, a partida.
Passam casais pela rua, ao som dos Incríveis
Levanto-me.

2 comentários:

Páginas Soltas disse...

Estava tão embrenhada na leitura
do texto...que fiquei melancólica por não haver mais!
Espeo a continuação....

Beijosss
Maria

Mauro Pereira da Silva disse...

Maria, feliz natal. Que o milagre do renascimento de Cristo, aconteça em todos os dias de sua vida.