sábado, dezembro 23, 2006

1971, Andradina, à tarde

Deixar-se assim
Feito um poste
Absorto após
O canto da rua
Das linhas, pipas
Entrançadas ali
Perto do gato
Daquele fio
Onde Mauro o tal
Garoto solitário
Grudou figurinha
Cuspiu suas bolhas
De chicle rosado
Onde o pingo
Daquela chuva
(me lembro bem)
não chegou não
desbotou nadinha
apenas tocou o caule
da mamona
apenas marcou
aquele momento
perdido como uma
gota de lágrima
largada na poça
de água suja
da rua acre nº 1047,
á tarde.

4 comentários:

Juliana Marchioretto disse...

gostei mto daqui!!
vou te linkar no meu blogue, tá bom?!

beijos

Wilson Guanais disse...

breve vou levar outro poema seu pra lá.

Ana Costa disse...

Sempre comoventes seus poemas, especialmente os que falam deste menino solitário... Feliz Ano Novo!

Ana Costa disse...

Sempre comoventes seus poemas, especialmente os que falam deste menino solitário... Feliz Ano Novo!