sábado, dezembro 23, 2006

Campinas, 10.04.89

(Dedicado ao meu avô Eleno Raymundo da Silva, in memoriam)
Quando olhei e o vi ali
Inerte como uma pedra
As mãos cruzadas, a marca
Da cirurgia na cabeça
Algumas flores amarelas em volta,
De certo modo morri também.
Percebi que alguma coisa tinha sido perdida
No tempo, que envelhecia, que já era um homem
E que, como os homens, teria também
De passar por ali,
Aquela sala fria onde as pessoas
Choravam silenciosamente.

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