terça-feira, setembro 23, 2008

Poema vespertino

(Fotos de Zé Bicho - Vendas Novas - Portugal)
www.olhares.com/zebicho



O mar, o mar estende suas mãos longas e azuis
Longe de mim, escondendo-se numa cerimônia
Onde só se ouve suas ondas, pestanas de uma
Mulher de olhar azul.
Todo o mundo sabe que significado tem essa pista
Embriagada de sal, resquícios presentes na pele
Na vida, nos pensamentos recentes
E nas promessas.
Dia e noite o barulho fringe, desposa a noite cintilante
Mutila a areia e tira a paz dos mortos,
Transforma em amante com simples toque
E nudez intolerável, a prometida terra do mel.
Embrigado de mar
Embriagado de algodão e frutas azuis
Agudamente suaves, miragens tremeluzentes
Atrás do vasto circulo pálido,
Um coro de luzes marca o breve instante:
O medo de ser e desaparecer em suas ondas
Ou de se atirar totalmente imerso
Em suas asas,
na obscura mistura de salgados.

quinta-feira, setembro 11, 2008

Jamais o mesmo rio


Algumas coisas se parecem
Pequenos vasos
Pois se caem e se quebram
Jamais serão novamente
A mesma coisa
Como a historia do filosofo
Que disse jamais se banhar
No mesmo rio duas vezes
Algumas coisas compõem
Pequenas tragédias
Que formam a vida
Sempre diferente na essência
Mesmo parecendo ser igual
A tantas outras vidas
Na verdade tudo é etéreo
E ao mesmo tempo cruel
Em sua plenitude de ares
E ventos.
Tudo é sagrado.
Mesmo o vaso que se quebra
Tão facilmente.