sexta-feira, dezembro 01, 2006

Uma floresta e um reino

Vivo sozinho. O meu quarto não tem a alegria floral de uma jarra fagueira”.

Murmurações, Menotti Del Picchia, Edição de 1958

Não há beleza nenhuma neste reino. Sempre o mesmo silêncio desenhado,
passos que vão ninguém sabe para onde, murmúrios do lado de fora,
gente rindo, um cão que late ao longe.
(Vida chata tem os cães à espera de um afago do dono).
É como se fosse uma floresta imensa cercada de muros, escuras fontes, caçadores
andando em busca de água e olhando as frestas das árvores milenares.
Não há beleza neste reino caótico de chuvas, relâmpagos e trovões, cavalos correndo,
cavaleiros pálidos trajando negras capas. Não há nada, não há nada que se perpetue
neste reino onde me limito e onde estacas atravessam-me.
(Como demoram a passar estas horas).

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