quarta-feira, janeiro 30, 2008

As escritas cor de canela

(Foto de Manuela Pestana - Funchal - Ilha da Madeira - Portugal)

A antiga historia se repete
Sempre da mesma forma:
À tarde a mulher ergue o rosto
Limpa o suor da testa
Olhando o dia morrendo
Atrás do morro prenhe
De feijões e milho.

Algumas vezes encontra
Entre as valas de sementes
Tulipas espantosamente
Simétricas e indecorosas
Jogadas por algum pardal
Declaradamente sábio
Sabiamente distraído.

Ramagens sombrias
Cercam as vezes o fiapo
De flor que se esmera
Em subir pela palha
Do milho amarelo
Pescado pelo vento
No dorso acomodado.

É a mesma e velha historia
Que eternamente se repete
Onde a finura do caule
De uma planta fugaz e sutil
Carrega no bojo outra mais leve
Certos talos, certas mudas
Invadindo os morros e as tardes.

Gravura resplandecente
da mão de Deus
e suas escritas cor de canela.

3 comentários:

david santos disse...

Olá, Philos.
É sempre a força do poder!
Até na Natureza.
Parabéns.

Mauro Pereira da Silva disse...

Lamentavelmente, sou obrigado a pensar que estes desaparecimentos não são obra só de loucos. Acredito firmemente que por trás disso corre dinheiro. E muito dinheiro. De varidas formas, que deixo para que cada um dos leitores imagine. O Ser Humano é nojento. Deus tem muita paciência. Eu não teria tanta.

pin gente disse...

quisera eu escrever a cor de canela
como posso usar seu aroma
ver a natureza renascer igual todos os dias
sentir que a brisa não pesa carregando o ar
olhar todas as flores pois cada uma será por si sempre a mais bela
viver. viver, viver para crescer continuando a amar


abraço