Permanecer assim, preciso e fatal
Na sonolenta esquina das horas
Onde o vento sopra molemente
Onde as vias são retrovisores
Embora se percam no azul
Da rodovia.
Embaixo do céu clássico de janeiro
Primeiro se vê uma mulher jovem
Encarando o horizonte e as coisas
Escondendo a face detrás das mãos
Parada, abrindo os olhos espantados
Vendo os sinais.
Depois a chuva batendo verticalmente
Açoitando uma inscrição no poste
Que fiz há muitos anos, colei um chiclete
Deixando um bilhete para a menina
Magricela da casa em frente
Que hoje sequer me olha.
2 comentários:
Olá, meu amigo Mauro, achei a menina magricela um texto gentil, delicado nem tanto impressionista, ora real às nuvens de janeiro, visão surrealista dos tempos-meninos colados à parede, sofás e cabelos longos das meninas em que vento sabido brincava de namorar...
abraço, simao
Na falta de novos poemas, vou comentando para baixo.
Já tinha lido e, conforme já lhe disse no comentário do post seguinte, vc escreve muito bem.
Bom resto de semana, abraço.
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