terça-feira, janeiro 01, 2008

Cor maldita

A palma da mão decifra
Outonos
E negras formas
Mulheres sedentas
E homens famintos
Seguindo a rua, o asfalto
Recém pintadas portas.

Até certo ponto
Não me toca
Esta cor maldita de fim de tarde
E a palma da mão enxuta
Serpente absoluta
Cercando
Meu coração
Marcado a fogo.


Janeiro/1984

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