Ao lado da estrada havia um quadro.
Melões enormes, mangas, goiabeiras,
o dedo de Deus desenhando as plantas,
o sol do meio-dia, o sono do viajante
perdido em seus próprios passos.
Ao lado do quadro havia um homem.
A armadilha concentrada em gotas,
um hexágono desenhado na mão
de um solitário sol.
Ao lado de mim, o escuro.
Nem Deus, nem sol, nem norte.
A aparência das coisas meio abobalhadas,
fragmentadas dentro de mim, contos,
histórias, poemas que eu nunca deixei de amar
- apesar dos homens e das pedras.
Um comentário:
Caro amigo, gostei muito desse FADO, um pouco tropical, um pouco ibérico sacro-santo, um pouco de alusões contemporâneas, visionárias do soldado guerreiro que que tu és. Assim, vai-se caminhando todos os dias.
abraço, simao
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