Tenho uma lembrança nítida da varanda,
do mangueiral e do chão vermelho, tão próximo.
A casa era verde-claro, alguns degraus, um jardim,
um cachorro chamado Sultão que morreu vomitando sangue;
uma cerca velha, um varal cheio de roupas
alvejadas no quarador.
Às vezes passava um avião e eu não entendia
como um objeto tão pesado conseguia voar.
Dona Maria era nossa vizinha, negra forte de dentes alvos.
Seu Olívio, seu marido, bebia muito e trabalhava
na Prefeitura pavimentando ruas,
mas nossa rua não era pavimentada.
Havia também um pé de goiaba, um pé de abacate,
de urucum e de mamão vermelhinho.
Eu ouvia muito falar no mar e morria de vontade
de deitar na praia fazer castelinhos na areia
como via nos filmes da matineé no Cine Santo Antonio.
Tenho uma lembrança nítida dessas coisas
que estão hoje tatuadas em minhas mãos inquietas de homem.
Às vezes passava um avião e eu não entendia
como um objeto tão pesado conseguia voar.
Dona Maria era nossa vizinha, negra forte de dentes alvos.
Seu Olívio, seu marido, bebia muito e trabalhava
na Prefeitura pavimentando ruas,
mas nossa rua não era pavimentada.
Havia também um pé de goiaba, um pé de abacate,
de urucum e de mamão vermelhinho.
Eu ouvia muito falar no mar e morria de vontade
de deitar na praia fazer castelinhos na areia
como via nos filmes da matineé no Cine Santo Antonio.
Tenho uma lembrança nítida dessas coisas
que estão hoje tatuadas em minhas mãos inquietas de homem.
Um comentário:
memórias que trazemos e nos fazem.
como o sangue
nos faz.
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