Não se sabe se o que resta
É apenas recato ou cores
Beijos dentro da noite pasma
Pedaços de maçãs verdes
Não se sabe se o que resta
Enche vastas plantas ou sóis
Vórtices enlouquecidos
Seduzindo profanos faróis
Não se sabe, aliás, de nada
De todas as propostas vãs
Os socos na parede, a raiva
Ensandecida e verdadeira
Não se sabe, não se sabe
Não se sabe sequer de duas
Ou três pequenas criticas
Na melancolia do dia
Não se sabe se o que resta
Atribui-se ao tempo, a grande
Alma sacrificada e louca
A todas as artes e seduções
A posse de todos nós é o Tempo
As sandálias de um bela mulher
A elegia e o lirismo do corpo
Divino e sofrido, nunca derrotado
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