quarta-feira, janeiro 30, 2008

A velha estação e seus trens


Seja o que for, a possibilidade
É sempre de sumir entre os trigais
Estradinhas vermelhas ou simples
Rotas de algodão maduro

A fascinante estação ferroviária
Hoje jogada às moscas já foi
Território risonho de caçadas
A jecas e velhinhas assustadas

Silvos distantes da máquina velha
Fungando sob os trilhos centenários
Criavam fábulas nos meus olhos
Em torno do qual as horas eram

Anos atrás os pontos brilhantes
Dos seus faróis ainda acendiam
Os adeuses de homens e mulheres
Na plataforma corroída pelos anos

Suas luzes eram fogareiros plácidos
Nas noites de São João e fogueira
Quando o gostoso mesmo era afagar
A menina loirinha da casa de baixo

Hoje é gravura na parede do prefeito
Galopando em trilhos amortecidos
Mantas escarlates desenhadas
Em um rio qualquer, que secou

Um comentário:

ÁRVORES DO SIMAO disse...

Phylos, disse uma vez o poeta: "Todo cais é uma saudade de pedras", eu sei que os seus portos são muitos, mas também sei que nenhum deles tem prioridade de chegada, qual seja o primeiro, são todos. Muito legal, gostei.

abraço, simao