O povo vinha cansado e de longe.
Sujos de barro, pela floresta imensa
Seguindo a trilha do rio e dos deuses
Olhando as luzes do céu e tendo como guia
Algumas montanhas longinquas.
Cansados vinham os velhos e as mulheres
Vinham as crianças e os animais de lombos
Carregados.
É necessário que se diga
Que se há nisso alguma filosofia
Nessa métrica terrível e insana
Não vejo o ponto, não vejo qualquer
Sinal de Deus, seja ele qual for
O povo cansado faz parte do mistério
Que sempre me deixou em dúvida,
A forma contínua e desesperada
De homens, mulheres, crianças e animais
Selados no mesmo destino torto.
Mas dizia Clarice, em suas escritas:
“o que eu não sei, é minha melhor parte”
Será?
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