Meu irmão agita meu coração com sua voz,
o tormento apodera-se de mim.
Ele é vizinho da casa de minha mãe
e não posso chegar até ele.
Minha mãe tem razão ao dizer-me:
"Pára de olhá-lo!"
Mas meu coração sofre quando penso nele,
sou tomada pelo amor que sinto por ele.
De fato ele é um tolo,
mas sou como ele.
Ele não sabe o desejo que tenho de tomá-lo nos braços,
senão já teria escrito à minha mãe.
Ó, meu irmão, quisera eu ser dada a ti
pela Deusa de Ouro das mulheres!
Vem a mim, para que contemple tua beleza,
meu pai e minha mãe ficarão encantados,
toda minha família te aclamará em uníssono,
eles te aclamarão, ó meu irmão!
(Poema do papiro Chester Beatty I datado da 20ª dinastia (1196-1070 a.C.)
Um comentário:
Meu caro poeta phylos! Já escrevi em outro comentário que hoje é sexta-feira, dia de Pascua, dia de leitura. Mais por isso, vou-me completando aos "scripts" que visito, às belas poesias, ao bom gosto, à delicadeza que percebo nas postagens de textos e de fotos-gravura, em almas tão sensíveis quanto a tua.
Boa Pascua!
abraço, simao
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