
As vezes deixo passar compromissos
Luas cheias, roncos de carros
Que se extinguem na rodovia.
Nada me impele além da água
Que cai do céu minucioso e sóbrio.
Sirenes tocam ao longe, um cão
Late, pesaroso, na casa vizinha.
Descobrirei acaso as formas?
O desenho da penteadeira
Lança sombras pelo quarto
Onde me escondo, ao largo.
Nele decorre horas e mais horas
(as que não calculo, nem pressinto)
e mergulho no escuro
duma tarde sutil que se apresenta
cheia de mim, explodindo a ponto
de invadir a rua, este ser amorfo
painel de cores e buscas
desencontradas.
2 comentários:
Obrigada pela visita!
Parabéns pelo extremo bom gosto das palavras.
Voltarei sempre.
tanto excesso derramado...
!muito
Postar um comentário