Adentrar no mistério
E inventar um novo mundo
Dar novo sentido as imagens
Que vejo
E não compreendo.
Tentar ler nas coisas
A possibilidade da morte
E da vida,
As reentrâncias discretas
Por onde imensas criaturas
Se escondem.
Amar o mínimo
O belo e o feio
Rapartir o dia
Em pedaços de laranja
Bem fatiada
Esquinas, carros zunindo
Numa estrada do interior.
Deste modo
Meu deus talvez fosse
Menos raro
Menos terrível
Deste modo
Meus pontos de impacto
Seriam sempre a fuga
Para dentro do que nem
Eu mesmo sei
Algo tão terrível
E tão claramente
Enganador
Que meu deus seria
Uma imagem da infância
Uma criança rodopiando
Dentro de um
Arco íris
Um redemoinho
Sob o sol de um domingo.
2 comentários:
Caríssimo Phylos, o mistério sempre o mistério das coisas a nos convidar a adentrar numa viagem sem porto de partida nem chegada. Facemos então de conta que existe o mistério nas coisas e que nós, em instantes absortos absolutamente, somos tais argonautas a melindrar as fantasias dos seres abundantes da imaginação.
Gostei do texto, abraço, simao
não me vou enconder dentro de mim
será o pior sítio para encontrar a paz
na tormenta que minha alma agora faz
seria como entregar-me a um fim
fugirei por certo deste mundo
que para tudo de incerto me empurra
de tal terrível a vida e tão casmurra
vai deixar-me num buraco assaz profundo
abraço
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