domingo, março 09, 2008

Em Cunha, subindo a Estrada Real

O atalho que consta
No mapa amarelado em questão
Não define as ameias, nem os blocos
No imenso paredão
Que protege a Estrada Real.
Por aqui passaram milhares,
E milhares pousaram seu pés
Sob as acácias espaçosas
Que ainda hoje se formam.

Dentro do grande vernáculo
Existe talvez uma frase
Que defina melhor a posse
Dos homens pelas estradas
A posse imortal e voraz
Que os faz, cansados,
Despirem suas vestes
E mostrarem rostos aflitos
Em busca do ouro.

Mas ouro não existe mais.
Conteúdo perdido pela terra
Motivo de disputas mortais
Amarelo cru destacando-se
No sangue de alguns tolos.
Muitas vezes as escritas são vagas
E somente alguns lêem suas linhas
Raras mãos acenam ao longe:
Poucos escolhidos decifram
O mito da vida essencial.

Um comentário:

ÁRVORES DO SIMAO disse...

Olá, meu bom amigo! verdade seja dita. Vim ler e aprender histórias da riqueza desses sertões paulistas, estrada real e outros caminhos, bandeirantes astutos, "rostos aflitos em busca do ouro", à manutenção do Reino da Coroa, da afirmação e à grandeza de São Paulo. Belo texto.

um gde. abraço, simao