O resto já não importa, as tendas do amor foram desarmadas. Cansamo-nos, entre as moitas e as tâmaras, cansamo-nos, e a canção vespertina transformou-se em sombra pela última vez que no alto sol discos vermelhos despertaram as horas.
Além, o corpo aberto escorrendo pela grama. Não há mais marchas, não há estradas, nem lamentos há, mas abraços noturnos anseiam por braços e pernas, ordens dadas por cortinas e âmbar. Através delas cambaleamos, um dentro do outro, em toda superfície com as falhas do arroz não colhido.
Amanheçemos já. Esvaziados. Queimados. Este ponto significa vida e morte, a rigidez do vale. Não há apoio nem montaria. Só desespero e ranger de dentes, triunfo do suor sobre a carne.
2 comentários:
Uau... adorei seu cantinho.
Esse texto possui um visual crítico e ao mesmo tempo triste de nós, seres humanos. É um retrato verídico, infelizmente.
Gostei do seu texto!
Beijão,
Veri.
bonito e triste... com cheiro de fim.
beijo
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