Parte 4. Para sempre o que é incerto
Chove a cântaros.
Edifícios inteiros desnaturados,
singularmente mortos
Pelo cinzento dia.
O efeito da chuva me lembra
ferros amanhecidos,
Dobrados pelos dedos de um
Deus inquieto.
Pequenas latas, palitos,
papéis, retalham o chão.
Destinos bobos
que assemelham-se
ao nosso
De tão incerto, de tão indelével
que se torna.
Tánatos, o Deus na morte,
nos ronda entre o jardim e o café.
Tenho medo dele,
tenho medo desta ronda
sinistra e sutil
Da aproximação do sono,
a sedução que nos leva
Para sempre pelo longo túnel
escancarado.
País estranho este.
País sinuoso que me traz
a chuva
Neste domingo rígido,
lacônico,
Próximo demais,
próximo demais,
De minha fortaleza,
que ninguém sabe
Ou sequer conhece.
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