quinta-feira, janeiro 15, 2009

Anotações de um caipira - parte 3

Parte 3. O ferimento como lava

que isto seja um desperdício:
o acender de uma lâmpada em transe,
a cabeça no ombro desmaiada,
pistas escritas no rosto de alguém
já cansado, mal desenhado
em pequenas gotas diárias.

o ferimento fundiu-se como lava
Abriu a veia e escreveu lá dentro,
Coisas tão lindas, coisas tão suas
Que se impregnou conosco
Dormiu conosco, amou conosco
Semelhante a deuses
Parecidos em si mesmos
Com a terra devoluta e seca
Cedendo nossa carne
Concreto e pó adormecido.

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