sexta-feira, dezembro 28, 2007

Tamarindos

Tentado pelo mel, escrevo devagar
Frases de forma recatada,
Às vezes arrebatado pelo desejo
De colher tamarindos
Plantados no quintal
De minha casa,
Ou colher bagas de algodão
Com minha mãe, nas férias
Da escola como sempre fazia.
Este legado não esqueço:
Uma enxada carpindo o mandiocal
Os gritos de dona Maria
Chamando Burú, Dora, Marcelo,
Meus amigos
E as galinhas ciscando na areia
Do imenso mundo, panorama
Encravado no dia
Trêmulo de sol e ruas.

(Escrito em 27/10/2004, em plena Rodovia Marechal Rondon, em algum ponto entre Araçatuba e Valparaíso)

Um comentário:

Anônimo disse...

Quem conhece o autor parece que revive o passado.
Melanacólico, mas real, impossível não sentir cada palavra.
Amei cada verso.