Súbitos aviões riscam o céu de anil.
Imensos pássaros rasgando o espaço
como se fossem flechas lançadas por Ulisses,
o guerreiro de Ítaca. Tenho medo deles,
destes seres quase masculinos, alongados,
apontando sempre para frente.
Parecem brechas pintadas na interrupção
diminuta de uma nuvem. Riscam o céu,
riscam o vidro da janela. Deixam ao longe
um sinal quase invisível de imortalidade.
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