domingo, janeiro 07, 2007

No banco, de manhã

Exercício 1

O sentimento acende a centelha
Que palpita centro de emoções,
Corredores onde assustadas pessoas se cruzam.

É como
Um ancião sob as acácias, olhando
A linha distante de uma rua
Desenhada

Entre os fios do teu cabelo.

Exercício 2

Essa dor cruel nas vísceras
Esse desejo de carne jovem
A luta intensa que travo
Entre o corpo e o espírito.
Não há consolo, nem paz
Os campos floridos da juventude
São brasas em minhas mãos.
O amor é distração, o sol
Não se reflete
Só meu corpo arde.

Exercício 3

É difícil não dizer o que se sente.
Depois de tantas dúvidas
As coisas fluem como luzes
Além do carro, além de mim.
Joga-se as palavras
Como se fossem pedras
Mas bom seria se fossem flores.

Exercício 4

Vivo dizendo: “Estou cansado”.
Na verdade o limite está além do cansaço.
As mãos não tem repouso.
O corpo só repousa sobre outro corpo.
Estou cansado, mas são apenas palavras fúteis
Como são fúteis os amores passageiros.
A rua está em silêncio.
Oremos todos para que assim permaneça.

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