domingo, janeiro 07, 2007

Abrindo a página do dia

O eterno vive em mim como um Deus insano
Como a batida de uma bola no muro;
Como um molde desenhado no toque efêmero do instante.

O eterno vive em mim, mas não vivo nele.
Herdei a fragilidade do espelho
O segundo precioso que me faz viver demasiado,
o cansaço da alma já violentada por tantos devires.

O eterno vive em mim mas também vive numa pedra
Numa poça de lama, no excremento largado na rua.
Não há saída nem pequenas soluções.
Não há meios soluços
que valham um poema.


Outubro/2002

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