(Autor: Nuno Lobito - Portugal)
O trabalho deste artista pode ser visto em:www.olhares.com/nlphotographer
Parte 1. A ordem dos cortes.
A diferença
Entre o curto e o longo
Resulta sempre em espaço
A ser percorrido
Pela palavra lançada.
Proposto em juízo
A flor extrema
Se conjuga em solos
Cortes profundos
Na carne exposta.
Decresce o estanho
Apta devoção caída
Entre matérias postas
Sulcos, golpes, lascas
Entre o anular e o médio.
A diferença, doce
Inquieta, trigueira
Prescreve remédios
Próprios das dores:
Ordena, corta, declina.
O mal feito açoite.
Parte 2. O Deus como norma.
Escoa-se o tempo
Urge que flor se faça
Entre o dia e noite,
Penumbras.
Urge o tempo
Que os nomes decaiam
Seus corpos versáteis
Poemas incompletos.
Determino girassóis
Como cura rápida
Espáduas firmes
Depois dos golpes.
Arresto a casa
Onde o sol vislumbra
Eiras e beiras, luzes
Conforme o decoro.
Diminui, cede, expira.
O corpo declinando
Eleitas formas, deuses
Resistindo a tudo.
O Deus
Manifesta-se
Como poeira
E decimais, e ri-se.
Como todo Deus.
Um comentário:
"A ordem dos cortes"
Bom, acho que essa diferença tem a ver com aquele espaço, ou seja, a distância que existe entre as coisas que são diferentes, entre as pessoas...
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