segunda-feira, novembro 27, 2006
O resto já não importa
O resto já não importa, as tendas do amor foram desarmadas. Cansamo-nos, entre as moitas e as tâmaras, cansamo-nos, e a canção vespertina transformou-se em sombra pela última vez que no alto sol, discos vermelhos despertaram as horas. Além, o corpo aberto escorrendo pela grama. Não há mais marchas, não há estradas, nem lamentos há, mas abraços noturnos anseiam por braços e pernas, ordens dadas por cortinas e âmbar. Através delas cambaleamos, um dentro do outro, em toda superfície com as falhas do arroz não colhido. Amanheçemos já. Esvaziados. Queimados. Triunfo do suor sobre a carne. Este ponto significa vida e morte, a rigidez do vale. Não há apoio nem montaria. Desespero.
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