domingo, janeiro 31, 2010

PLANETÁRIO

1. A destilação do corpo.

Meu corpo se abre no madeiro
Onde a fuga é o grito
É o corpo de milhões
Lasca de mato desfalecido.

Silêncio, se pinta na noite
Breu, redemoinho em volta.
Silêncio, poema em prece
Tarde que suave desce.

Corpo em pontes de luz
Milhões como um grito
Desfalecido madeiro
Poema em prece. Silêncio.

2. O corpo como prova da morte.

Sempre limpo, o corpo surge
Como um paletó intacto:
Tema da novela nortuna,
Onde o galã se exibe como
Um pavão aceso.

Rasgado o corpo surge
Expondo carne, morte,
Ânsias de cartas recém-jogadas

Há um circulo, criado pelo
Tempo
Compacto e largado na mesa
Como um maçã de plástico.

Na gangorra da vida
Ainda existe o limo
Verde e farto limo
Que prepara a queda

Fatal e inexorável.
Seja presente ou seja
Passado.

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