quinta-feira, janeiro 21, 2010

Ázimo

Monte Verde, divisa do estado de São Paulo com Minas Gerais
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Toda a pressa do mundo
Estaca na esquina,
Naquele farol
Aglomerado de terra rubra
Noite imensa
Vida multiplicada
E insana.
O gado rola, implume.
Todo o seu transe é fundo
De larvas e postais.

No começo as patas
Sabem seu lento caminhar.
Misturadas ao sabor do sol
Como signos de linguagem
Estampam nos rostos
Dos paulistanos,
Pães ázimos pela rua
Namorando.

A chuva vem,
Chuva de leste a oeste,
Entre as marginais,
Tufos de água e barro.
Chegada de quem
Ainda não sabe
Sobre a locução
Da palavra Amor.

Afinal, o que sabem
Os homens?
O que sabem,
Os repartidos
Os esfomeados?
O vento tece musgos.
Cai o céu de anil.

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