(Foto de Vasco Abranches - Lisboa - Portugal)
www.olhares.com/VascoAbranches
Vagos sons se diluem na mão que passa.
Alguns desenhos na folha de papel
determinam cantos, sopranos alertas,
girassóis amigos. Assim amargo o dia
passará lento e as pessoas não notarão
seu tardar fatal: absortas vivem seus
miseráveis becos, inertes sobressaem
em suas negras capas. Um vendedor anuncia:
“Mexerica, comadre, ao menor preço da cidade!”
e sua voz anasalada pelo auto-falante,
despe as últimas fraldas da rua.
Não adianta.
Atrás do muro sabotadores constroem
bombas de tempo e pintam sangue
nas portas, adoçam guerras
com fragmentos de lágrimas. Desespero
é coisa fria, iceberg de guerrilheiros.
Em minhas lutas, as letras não são trocadas,
apenas as armas são outras, as mãos são outras.
“Vagos sons se diluem na mão que passa”.
Oremos.
2 comentários:
Gostei muito de passar pelo teu cantinho e ficar a ler um pouco.
Desejo-te mum bfs e beijinhos
Essa me passa um pouco de melancolia novamente, um pesar.
Cantos, alertas, girassóis - mas apesar, o dia se vai, lento e fatal.
Lutas internas - lamento. Quase um grito.
É preciso entender a dinâmica da vida... ou apenas agarrar-se ao que se acredita, e seguir.
Um abraço,
Luíza.
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