segunda-feira, novembro 26, 2007

Na visão de um caipira

Como caipira entendo
Que gado somos todos
Na malhada do pasto
Mugindo em alto som.

Andando em lento cerrado
Como gado mugimos
O gozo da vida rala
Escorrendo pelos cantos.

Como caipira entendo
Que gado bom não berra
Ou muge, ou se avença
Como qualquer eito.

A paz do pasto nos alivia
Esfarrapa e estropia
Marca a dureza do ferro
Na carne posta à venda.

O lento passo do frio
Na ocasião das touradas
Traz-nos palha e pavio
Que limpam as beiradas

Como caipira entendo
Que a dor de existir é pano
Dinheiro cru e enfeitado
Com que à revelia me vendo.

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