Como caipira entendo
Que gado somos todos
Na malhada do pasto
Mugindo em alto som.
Andando em lento cerrado
Como gado mugimos
O gozo da vida rala
Escorrendo pelos cantos.
Como caipira entendo
Que gado bom não berra
Ou muge, ou se avença
Como qualquer eito.
A paz do pasto nos alivia
Esfarrapa e estropia
Marca a dureza do ferro
Na carne posta à venda.
O lento passo do frio
Na ocasião das touradas
Traz-nos palha e pavio
Que limpam as beiradas
Como caipira entendo
Que a dor de existir é pano
Dinheiro cru e enfeitado
Com que à revelia me vendo.
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