sábado, novembro 24, 2007

A cidade e suas múltiplas formas

Em meu sonho a cidade noturna
Incongruente com suas catedrais
Lembra um copo com suas fachadas
Suas proas boquiabertas
Seus flancos amurados e vermelhos
ruas longitudinais.

Em meu sonho a cidade é enseada
Mergulhada em um ou mais preâmbulos
O céu de uma infinitude cética e urgente
Como um alto mar em relevo
Camisa de seda arroxeada
mulher de sexo impudente.


Orlando suas ruas e suas dobras
Percebe-se o contexto amargo
De sua grande ingenuidade:
Através do quarto enluarado
Pássaros excitados procuram
O que há de invisível na cidade.

Em meu sonho – através dele, talvez
De suas possessivas formas -,
Semelhante imagem se distorce
Como serpentinas em carnavais
Caiada de branco em sua posse
num quadro que não existe mais.

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