O crescente ronco do dia me avassala. Vem a seguir
um estalo profundo e cinzento, muros altos,
punhais brilhando na escuridão da cela.
E os cristais parecem fogo, gritos anasalados percorrendo milharais.
Alguém quebrando espigas com o peito, pela noite afora, comissionada.
Espéculos ferindo a luz selenita, o calcanhar rápido do fugitivo,
o último individuo a se apresentar diante do fogo.
O bom nome da vida não mais resiste, não mais se espalha.
Aquele que fui, estremece em palha, consiste em hábito
se apresenta de forma sutil e desdenhosa
cercado por figuras mal fixadas.
Um lampejo e mais nada em sua quietude.
3 comentários:
Agradeço a sua passagem pelos trópicos. Volte sempre!!!
Gostei muito! Parabéns!
Olá, sou visitante desse blog há umas semanas e queria parabenizá-lo pelos ótimos poemas. Com base no meu parco conhecimento do assunto, acho que seu poema abaixo (Sobre o poema) é o mais lindo que já li aqui! Achei genial. :)
Enfim, parabéns... carecemos de pessoas que escrevem bem e, mais, que emocionam! Abraço.
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