domingo, dezembro 11, 2011

QUASE UM POEMA

A cidade erguia-se sob o sol e seus raios.
Como uma tinta vermelha coroando o trigo
Defuntas flores manchando os quintais
- a cidade um pouco adiante, perdida
Em sua própria vestimenta,
os velhos juntos nas calçadas.

Não se precisa quando a rua encosta no sol,
E a tarde vai consumindo os passadiços
Ressuscitando as horas, distintos rumores
Nos mais longínquos rincões de terra,
Tingidas de amarelo-ouro, negra fuligem,
Impressionadas na quina do parapeito.

( E lá na distância - meio azul, meio verde -
Vê-se a figura quase impossível de um carrinho
Puxado a cavalo, no alto do Sitio do Seu Marinho
Onde a alguns anos existia uma escolinha de madeira,
e um professorinha linda)

Ele avança lentamente, lentamente se mesclando
Ao vermelho da terra da Rua Boiadeira,
Caminho do matadouro, para além da pista.
E alguns lampejos de nuvens ficam ali, decorando
A quase noite, no finalzinho do quase dia...

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