Meu tio José morreu afogado
Quando caiu num riacho da Vila Carmozina
Indo visitar uma de suas amantes,
E talvez não seja errado dizer
Que morreu a caminho do amor,
Sendo um mártir, portanto.
Gostava de tocar sanfona o meu tio
Ria muito, andava sempre bem vestido
Calça social e camisa muito bem passada
Combinando, sempre, e sapatos impecáveis.
As coisas fluem e ganham celeridade,
O lerdo passar dos dias, nos alcançando
São fios letais que nos matam lentamente.
"O instinto e a dor se vigiam," diria meu tio
"E pontilham nossos olhos ingênuos e vazios."
Um comentário:
Olá meu amigo, é muito bom te ler! É um prazer ter sua visita no meu blog.Obrigada, Sr. Poeta. Abraços, Vilma
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