domingo, dezembro 11, 2011

AS COISAS FLUEM

Meu tio José morreu afogado
Quando caiu num riacho da Vila Carmozina
Indo visitar uma de suas amantes,
E talvez não seja errado dizer
Que morreu a caminho do amor,
Sendo um mártir, portanto.

Gostava de tocar sanfona o meu tio
Ria muito, andava sempre bem vestido
Calça social e camisa muito bem passada
Combinando, sempre, e sapatos impecáveis.

As coisas fluem e ganham celeridade,
O lerdo passar dos dias, nos alcançando
São fios letais que nos matam lentamente.
"O instinto e a dor se vigiam," diria meu tio
"E pontilham nossos olhos ingênuos e vazios."

Um comentário:

VILMA ORZARI PIVA disse...

Olá meu amigo, é muito bom te ler! É um prazer ter sua visita no meu blog.Obrigada, Sr. Poeta. Abraços, Vilma