sábado, abril 30, 2011

São Paulo, sábado

 
De encontro ao vento, o suéter suspenso
Sobre os ombros
Cruzo  a rua, o céu adormecido
entre riscos azuis e pássaros.
É bom sentir a vida, penso,
É bom andar e ver os prédios
São Paulo intensa, estranhos palitos
Onde pessoas habitam, namoram,
Casam, morrem.
Espelhos de si mesmos.
O chão negro de piche move-se
Uma planície compacta de carros
Buzinas,
A rasa existência tentando respirar
Superar o mar de pernas e braços,
Eternos e cinzentos corpos
Buscando abrigo
Ao longo da calçada.

Mas ainda assim
O sol morre no horizonte
E lança fachos de luz
Vermelha, o arrebol
Disparando púrpuras
Sobre as colinas
num espetáculo de
doer o coração.

Um comentário:

Ianê Mello disse...

A vida que grita fora, enquanto dentro o sentimento é de vazio, solidão...
A eterna companheira.

Beijos, amigo.