Foto by Mauro Pereira da Silva
Os pães de abóbora descansam desde ontem
Parentes que são do ocaso, das broas
das expontaneas frestas e das portas.
Atadas ao chão as folhas se atolam
E não mais se mexem, nem se afastam
Neste outono melado de passados.
Sobre as cores o homem equilibra-se
Balancim do tempo, pantanal da dor
Meias e calças molhadas pelo arroio
Lamaçais e frestas, vozes transpostas
Observando aquilo que sempre esteve
Mas nunca foi visto, nem rezado:
O próprio sabor das coisas e de tudo
Perdidos no vento e nas esquinas
A rica cintilação do ouro que somos
E que se esvai vagamente como rodas
Na frente dos anos, atrás da memória.
3 comentários:
Ora ora... quanto lirismo!
gostei das palavras. Abraço.
Mauro, muito bom vir aqui e te saber também poeta! :) Linda essa poesia...
Vou vir sempre, queria te seguir, mas não enxerguei uma barra de seguidores...
Te adicionei aos meus contatos e vez ou outra vou mandar avisos de postagem nova no blog. Se te incomodar, é só me avisar, ok?
Beeeijos!!! :)
O passado na soleira da porta a espera de seu dono: o tempo.
Belíssimo poema.
Beijos, querido amigo.
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