domingo, outubro 21, 2012
MINHAS FRONTEIRAS
Minha primeira máscara caiu e quebrou-se. Era de plástico, construída sobre a esperança e tinha os desenhos azuis da inocência. A segunda, também não durou muito: brincou com mulheres, gritou ao som de músicas, altas horas da noite perambulava pelas ruas em busca de algo etéreo e valioso que nunca encontrou. A terceira, era de bronze, cor do âmbar flamejante como a espada de Gabriel. Grudou-se em minha face com tanta energia que parecia ter nascido comigo. Mas um dia, também quebrou-se, virou pedaços de lágrimas, escuridão e medo. A máscara que tenho hoje mesclou-se a mim. Não há limite que diga onde termino e onde ela começa. Vive aos risos, ironicamente mostrando os dentes e os olhos pusilânimes de um esteta. Apossou-se de minha face. Apossou-se de minhas falas. Na verdade, ela hoje delimita minhas fronteiras e assim vivo, mesclado ao que sou e ao que não sou, equilibrista de um circo de horrores.
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