segunda-feira, agosto 04, 2008

Meu testemunho, o poema

(foto de Pereira lopes - Vila Nova de Gaia - Portugal)www.olhares.com/pereiralopes


Neste exato momento,
o sangue dissipa olmos,
pedaços de árvores
na mata escura que é o meu peito.
Folhas servem-se do chão,
arredias bolas de vento
rodopiando
entre malmequeres.
No caminho
atribulado da tarde,
abatidas princesas
aviltam os olhos tentando
adivinhar qual é o rio
que me leva.
Meu testemunho
é inicio de poema,
saliência mais que perfeita
de outubros.
(Entendo que morro
na floresta baixa
cercado por prisões,
entre ruínas e crianças
e não há princesa
nem engano que me salve
de mim mesmo,
eu que não sou belo
nem eterno).

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